quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Elas estão aqui esbanjando sua escrita!Agend@!

As mulheres serviram todos estes séculos como espelhos possuindo o poder de refletir a figura do homem duas vezes maior que seu tamanho natural. [ Virginia Woolf ]

foto:google
Estreou na literatura em 1915 com um romance (The Voyage Out) e posteriormente teria realizado uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.
Virginia Woolf era filha do
editor Leslie Stephen, o qual deu-lhe uma educação esmerada, de forma que a jovem teria frequentado desde cedo o mundo literário.
Em
1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Virginia Woolf apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf, e para a irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida, e comete suicídio.
Virginia Woolf foi integrante do
grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.
A obra de Virginia é classificada como modernista. O
fluxo de consciência foi uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras.
fonte:Works by Virginia Woolf

foto: jpg - aruasetima.files.wordpress.com/2010/04/woolf.jpg
Cinzas (miniconto) Ana Marly de Oliveira Jacobino

O sobrado é engolido pelo fogo. O galo dos ventos assopra a fumaça para longe. Canta na sua imobilidade o infortúnio de todos os tempos. A labaredas riscam os céus manchando-o de vermelho. Queima os olhos dos curiosos. Do ventre da casa ronca a morte. Carnes se queimam. Nas cinzas o resto do que foi vida. No jardim a rosa enegrecida é corroída pelo braseiro. O galo de ferro derretido cai com o telhado.


No dia 28 de Março de 1941, após ter um colapso nervoso Virginia Woolf suicidou-se. Ela vestiu um casaco, encheu seus bolsos com pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Seu corpo só foi encontrado no dia 18 de abril.
No último bilhete que escreveu para o marido, Leonardo Woolf, Virginia disse:
“Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto – todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.”V.
"Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou."
Clarice Lispector
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Por não estarem distraídos_ Clarice Lispector
Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
jpg - 4.bp.blogspot.com/.../clarice+lispector.jpg Um pouco de Clarice

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, de pais russos, no ano de 1925 e emigrou com a família para o Brasil no ano seguinte, nunca mais voltaria à pequena aldeia de Tchetchenillk em que nascera. Fixaram-se no Recife, onde a escritora passou a infância. Depois da morte de sua mãe, quanto tinha 12 anos, ela mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, já tendo esboçado seus primeiros contos.Ingressou no curso de direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Em 1943 casou-se com um colega de faculdade e publicou, no ano seguinte ao de seu casamento, publicava seu primeiro livro, “Perto do coração selvagem” e, com apenas 19 anos de idade, pode assistir a enorme repercussão com o público e com a crítica de seu estilo, diferente de tudo o que se fizera até então. Sendo seu marido diplomata de carreira, Clarice viveu fora do Brasil por cerca de quinze anos, onde pôde dedicar-se exclusivamente a escrever. Depois de separar-se do marido, já de volta ao Brasil e morando no Rio de Janeiro soube que sofria de câncer generalizado. Morreu em dezembro de 1977, na véspera de seu aniversário, como uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.
http://pt.shvoong.com/books/biography/1659727-clarice-lispector-vida-obra/

jpg - bloglog.globo.com/FCKeditor/UserFiles/Image/C...
Escrever, Humildade, Técnica
Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse "estilo" (!), já foi chamado de várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em "humildade" refiro-me à humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave: orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo.
Clarice Lispector (do livro "A Descoberta do Mundo")
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Clarice Lispector

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Choro por ela... Agend@!

Saiba mais sobre essa brasileira que nos deu tanto orgulho de nascer no Brasil! Choro por ela e por todos os mortos neste monstruoso terremoto.

A eterna Zilda... (um pouco da sua história)

Zilda Arns nasceu no dia 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Filha de Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo emérito de São Paulo. Viúva desde 1978 teve cinco filhos. Fundadora da Pastoral da Criança faleceu vítima do terremoto que atingiu ontem o Haiti (12 de Janeiro de 2010). Zilda estava em uma missão humanitária no Haiti e faria uma palestra nesta quarta-feira (13/01). Segundo informações veiculadas nos jornais e nos noticiários televisivos, na hora do terremoto, ela estaria caminhando pelas ruas de Porto Príncipe, ao lado de alguns militares brasileiros, quando foi atingida pelos escombros de um prédio.Dra. Zilda participava no Haiti da Conferência dos Religiosos do país e buscava motivar os líderes e voluntários da Pastoral da Criança no Haiti que trabalham com crianças, gestantes e famílias.Médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Sua formação começa em Forquilhinha, Santa Catarina e em 1959 termina o curso de Medicina, em Curitiba. Começou o trabalho na Pastoral da Criança em 1983 a pedido do irmão. A entidade é apoia pela ONU e atua em 27 países, se destacando por apostar na educação como ferramenta para combate a doenças infantis e à desnutrição. Um dos principais projetos que Zilda coordenava era o de Alimentação Enriquecida, que consistia em educar as populações carentes sobre meios de enriquecer a alimentação do dia a dia com alimentos disponíveis na região.Reconhecida pela sua dedicação, recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária. Assim como, a Pastoral da Criança também recebeu diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo feito desde a sua fundação.Palavras de Zilda Arns: "Sempre acreditei que não adianta cuidar bem de uma criança se ela for maltratada em casa e passar fome.""O trabalho da Pastoral da Criança era, na prática, altamente transformador, impulsionado pelo compromisso do Evangelho e da cidadania.""Eu diria que a participação comunitária é o principal fator do êxito da Pastoral."Encaro esta perda como imensurável para a Pastoral da Criança e do Idoso e uma perda de relevância nacional e mundial Drª Zilda uma mulher e cidadã honrada deixa a sua marca em uma nação de políticos corruptos.Drª Zilda desdobrava no afã do seu trabalho em diminuir a miséria e a fome da grande parte da população brasileira. Exemplo de coragem, persistência e voluntariado.Paradoxalmente em Brasília a corrupção se envolve com bolsas, meias, sacolas e orações de agradecimento ao dinheiro fácil, neste Brasil envolto no mar de lama histórico desde a sua pseudo-descoberta pelos portugueses.Reitero as minhas dúvidas quanto a escolha do eleitorado brasileiro nas eleições de 2010.BibliografiaFolheto da Pastoral da CriançaZilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança; Arns, Zilda Moraes, Ana Paula; 2004;editora Curitiba : UFPR TV

Ana Marly de Oliveira Jacobino